Registro de Qualificação de Especialista Médico: Entenda de Forma Objetiva

"Dois médicos especialistas, homem e mulher, em ambiente clínico moderno, com o termo RQE destacado ao fundo, representando certificação profissional e ética na medicina brasileira."

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Paulo Vitor Faria da Encarnação

O que é o RQE?

O Registro de Qualificação de Especialista (RQE) distingue o médico como especialista diante da lei. Somente médicos com esse registro podem divulgar sua especialidade de forma ética, atuar em concursos públicos e atender a exigências de planos de saúde. Os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) concedem esse registro, enquanto o Conselho Federal de Medicina (CFM) valida o reconhecimento em todo o país.

Como um Médico Pode Conseguir o RQE?

No Brasil, em resumo, o médico consegue o RQE por apenas dois meios:

  • Ele conclui uma residência médica credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Esse processo garante treinamento supervisionado e prático na área escolhida.
  • Ele é aprovado em exame de título organizado por sociedades reconhecidas pela Associação Médica Brasileira (AMB). Assim, uma entidade especializada avalia e reconhece sua competência.

Os cursos de pós-graduação lato sensu, mesmo quando oferecem conhecimento atualizado, não dão direito ao RQE. Eles, portanto, não cumprem o treinamento prático nem as avaliações exigidas pela legislação.

Quais leis comandam o RQE?

Em suma, as regras para o RQE vêm de três normas principais:

  • A Lei nº 6.932/1981 define a residência médica como pré-requisito tradicional do título de especialista.
  • O Decreto nº 8.516/2015 reforça o cadastro nacional de especialistas e os critérios já estabelecidos.
  • As resoluções do CFM detalham como o médico deve declarar e registrar especialidades.

Qual a Visão da Justiça sobre o RQE?

Os tribunais não permitem que médicos obtenham o RQE por meio de pós-graduação lato sensu. Decisões recentes do TRF-1 e da Justiça Federal de Minas Gerais validam: só recebe RQE quem faz residência reconhecida ou passa pela prova oficial das sociedades da AMB. Dessa forma, a Justiça nacional garante segurança e ética ao paciente.

O que acontece se o médico divulgar irregularmente uma especialidade?

Logo, se o médico não cumprir as regras e se apresentar como especialista, responde a processos éticos e judiciais. O CFM permite que o médico informe a titulação acadêmica (como “pós-graduado em psiquiatria”), mas exige que ele esclareça a ausência do RQE. E, se omitir essa informação, ele pode sofrer sanções.

Por que tanta rigidez?

A exigência do RQE protege o paciente. Assim, somente médicos bem treinados — por residência ou exames rigorosos — podem atuar como especialistas. Isso reduz riscos para todos, transmite mais confiança à sociedade e eleva o padrão do atendimento médico.

Paulo Vitor Faria da Encarnação – Santos Faria Sociedade de Advogados

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