Extinção de condomínio com alienação judicial guia prático

“Martelo do juiz e miniatura de casa, simbolizando a extinção de condomínio com alienação judicial”

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Direito Civil e Processo Civil

Extinção de condomínio com alienação judicial

Quando o diálogo entre coproprietários não avança, surge a necessidade de resolver o impasse. Por isso, entender a extinção de condomínio é essencial. Desde o primeiro passo até o leilão, este guia explica como agir com segurança, conforme o Código Civil e o CPC. Assim, o leitor aprende como encerrar o condomínio, preservar direitos e alcançar liquidez sem demora.

Extinção de condomínio na prática

Frequentemente, a falta de acordo impede o uso e a administração do imóvel. Nesses casos, a extinção de condomínio torna-se o caminho mais seguro. Além disso, quando o bem é indivisível, a alienação judicial se torna a solução adequada. Dessa forma, evita-se o prolongamento do conflito e garante-se divisão justa do valor.

Conflito prolongado entre coproprietários

Bem indivisível ou divisão antieconômica

Herdeiros sem consenso para venda direta

Necessidade de liquidez imediata

Fundamentos legais da extinção de condomínio

Antes de iniciar o processo, é importante compreender as bases legais. O Código Civil, nos arts. 1.320, 1.322 e 504, disciplina o direito de exigir a extinção e a preferência de compra entre condôminos. Paralelamente, o CPC, em seus arts. 879 a 903, regula a alienação judicial, o leilão e a adjudicação. Assim, a combinação desses dispositivos garante segurança e previsibilidade.

  • CC art. 1.320: rateio de despesas entre condôminos
  • CC art. 1.322: direito potestativo de extinguir o condomínio
  • CC art. 504: preferência do condômino em igualdade de condições
  • CPC arts. 879–903: regras do leilão judicial

Para verificar diretamente, consulte os textos no Código Civil e no CPC.

Etapas do processo de extinção de condomínio

1 Petição inicial

Primeiramente, o advogado apresenta a petição inicial. Ela deve conter matrícula atualizada, título de propriedade, dados dos coproprietários e eventuais tentativas de acordo. Além disso, recomenda-se anexar parecer de avaliação, para demonstrar o valor real do bem.

2 Citação e contestação

Em seguida, ocorre a citação postal com aviso de recebimento. O réu tem 15 dias úteis para apresentar defesa, conforme o CPC. Caso a citação não seja possível, utilizam-se alternativas como hora certa ou edital. Assim, o processo avança de forma regular e sem nulidades.

3 Julgamento

Logo depois da fase de defesa, o juiz pode julgar antecipadamente o mérito. Quando há provas documentais suficientes, reconhece-se o direito de extinguir o condomínio. Com isso, o bem é destinado à alienação judicial e o produto da venda é dividido de maneira proporcional.

4 Alienação judicial

  1. Avaliação e atualização do valor (CPC art. 880)
  2. Escolha do leiloeiro e publicação do edital
  3. Realização de primeiro e segundo leilões (CPC arts. 887–903)
  4. Preferência do condômino para arrematar o bem
  5. Distribuição do valor entre coproprietários (CC art. 1.320)

Custos e honorários

Durante o processo, cada condômino participa proporcionalmente das despesas. Além disso, os honorários seguem o art. 85 do CPC. Quando há hipossuficiência, é possível requerer a gratuidade. Dessa forma, o acesso à Justiça é preservado sem comprometer o equilíbrio entre as partes.

Documentos necessários

  • Matrícula imobiliária recente
  • Título aquisitivo ou formal de partilha
  • Comprovação das quotas e identificação dos condôminos
  • Laudo de avaliação ou pesquisa de mercado
  • Registros de tentativas de acordo

Com essa documentação, o processo se torna mais rápido e transparente. Além disso, reduz o risco de impugnações ou nulidades futuras.

Dúvidas frequentes

É possível vender sem leilão

Sim. Se houver consenso entre os condôminos, a venda direta é válida. Entretanto, se não houver acordo, o leilão judicial é obrigatório.

O coproprietário pode impedir a extinção

Não. O direito é potestativo, ou seja, qualquer condômino pode pedir o encerramento quando provar a indivisibilidade do bem.

Quem arca com as despesas

As despesas de conservação e administração são divididas conforme as quotas. Depois, o valor da venda cobre custos e é partilhado entre os condôminos.

Próximos passos

Em síntese, a extinção de condomínio é um instrumento eficaz para resolver impasses patrimoniais. Por isso, com apoio jurídico e planejamento, é possível obter um desfecho justo. Para saber mais, acesse outros conteúdos no Blog Santos Faria e conheça também o artigo sobre alienação judicial.

Paulo Vitor Faria da Encarnação OAB ES 33.819 Mestre em Direito Processual UFES Sócio do Santos Faria Sociedade de Advogados Vila Velha ES Email [email protected]

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