Publicidade de apostas online: quando plataformas e influenciadores respondem
Publicidade de apostas online cresceu de forma acelerada nas redes sociais. Por isso, surgem dúvidas práticas: quando a plataforma (como o Instagram) e o influenciador respondem civilmente? Como o Marco Civil da Internet, o CDC e a Lei 14.790/2023 tratam o tema? Neste artigo, explico de forma clara, com passos objetivos e foco em prevenção. Assim, você protege o seu negócio e o seu cliente.
Por que o tema importa agora
O impulsionamento pago levou a publicidade de apostas a públicos específicos. Consequentemente, aumentaram os riscos jurídicos, financeiros e reputacionais. Além disso, a jurisprudência recente elevou o dever de diligência das plataformas e dos influenciadores. Portanto, entender responsabilidades e limites deixou de ser opcional.
O que dizem as regras: um guia rápido
- CDC (Lei 8.078/1990): proíbe publicidade enganosa ou abusiva. Ademais, prevê responsabilidade solidária na cadeia de fornecimento.
- Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014): historicamente condicionou a responsabilidade do provedor à ordem judicial; contudo, decisões recentes exigem diligência maior quando há anúncio pago.
- Lei 14.790/2023 (apostas de quota fixa): garante direitos do consumidor e exige autorização do Ministério da Fazenda; no entanto, ainda há lacunas específicas sobre publicidade digital.
Assim, o cenário exige governança clara e respostas rápidas.
Quando plataformas e influenciadores respondem
Em linhas gerais, a responsabilidade civil surge quando há publicidade:
- Enganosa: promete ganhos fáceis, oculta riscos ou mascara a natureza patrocinada.
- Ilegal: divulga casas não autorizadas ou atividades vedadas.
- Impulsionada sem controle: a plataforma aprova e monetiza o anúncio, logo aumenta o seu dever de cuidado.
Além disso, a responsabilidade solidária tende a ser aplicada quando plataforma, anunciante e influenciador integram a cadeia de consumo. Desse modo, cada um deve comprovar diligência na prevenção e na resposta.
Riscos ao consumidor: vulnerabilidade e saúde financeira
O consumidor digital é exposto a mensagens rápidas e segmentadas. Por isso, a probabilidade de indução em erro é real. Ainda, há riscos psicológicos, como a ludopatia. Portanto, comunicar riscos, sinalizar publicidade e filtrar anúncios não é apenas boa prática: é fator de responsabilidade jurídica.
Checklist de compliance: reduza riscos agora
Para mitigar riscos, use controles práticos e mensuráveis. A seguir, um checklist que funciona:
- Homologação de anunciantes: confirme autorização do MF; peça documentos; verifique domínio (p. ex., “.bet.br”), quando aplicável.
- Política de publicidade: proíba promessas de “ganhos garantidos”; exija disclaimer de riscos e de “conteúdo patrocinado”.
- Fluxo de aprovação: avalie criativos, segmentação e destino do link antes do “publicar”.
- Monitoramento contínuo: rode varreduras diárias; crie canais de denúncia internos e externos.
- Resposta em 24–48h: paute remoção, bloqueio e retratação com registro de evidências.
- Treinamento: eduque marketing, conteúdo e jurídico. Além disso, atualize trilhas a cada mudança regulatória.
- Auditoria e logs: documente tudo. Assim, você prova diligência e melhora defesas futuras.
Influenciadores: transparência que evita ações
Quem cria conteúdo precisa de regras claras, pois responde pelo que promove. Portanto, adote sempre:
- Sinalização explícita: use “#publi” ou “conteúdo patrocinado”.
- Riscos visíveis: informe chance de perda e perigos do jogo.
- Vistoria prévia: confirme a autorização da casa de apostas.
- Vete promessas absolutas: não prometa lucros certos.
Dessa forma, você reduz a exposição a ações por publicidade enganosa e protege sua audiência.
Plataformas: diligência proporcional ao lucro
Se há aprovação, segmentação e monetização do anúncio, há dever de controle proporcional. Assim, implemente filtros automatizados, revisões humanas e listas de bloqueio por categorias e por anunciante. Além disso, mantenha métricas de time-to-take-down e relatórios de recorrência.
Erros que custam caro (evite!)
- Impulsionar perfis ou sites não autorizados.
- Omitir a natureza patrocinada do conteúdo.
- Prometer “ganhos garantidos” ou “dinheiro fácil”.
- Ignorar denúncias de usuários ou sinais de fraude.
- Deixar de registrar decisões e prazos de remoção.
Em síntese, prevenir custa menos do que litigar.
Como o escritório pode ajudar
Atuamos em políticas de publicidade, defesa em ações de consumo e projetos de compliance digital. Além disso, apoiamos auditorias, treinamentos e respostas a notificações. Portanto, se você precisa implementar controles ou resolver um caso urgente, conte conosco.
Autor: Paulo Vitor Faria da Encarnação — OAB/ES 33.819
Santos Faria Sociedade de Advogados
Site: santosfaria.adv
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Telefone: (27) 99266-3367
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