STJ exige prova técnica para royalties por instalações de embarque e desembarque

Ícone de plataforma marítima representando instalações de embarque e desembarque

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STJ exige prova técnica para royalties por instalações de embarque e desembarque

O STJ decidiu que municípios só recebem royalties por instalações de embarque e desembarque com prova técnica idônea. Assim, o Tribunal afastou presunções e devolveu o caso à origem para instrução. Além disso, a decisão reforça o ônus probatório do autor e limita a aplicação da teoria da causa madura.

Decisão em 5 pontos

  • Royalties dependem de influência efetiva no território municipal.
  • Exige-se prova técnica sobre existência e operação das instalações.
  • Presunções ou critérios apenas geográficos não bastam.
  • Teoria da causa madura não se aplica com controvérsia fática relevante.
  • Processo retorna para reabrir a instrução probatória.

O que o STJ decidiu

O STJ conheceu o agravo e deu provimento ao recurso especial. Portanto, cassou o acórdão do TRF1 e determinou a reabertura da instrução para apurar, com base técnica, se há instalações de embarque e desembarque nos blocos citados. Além disso, rejeitou negativa de prestação jurisdicional e indicou que o autor deve provar os fatos constitutivos.

Critérios práticos para royalties

  1. Origem do hidrocarboneto: terrestre ou marítima.
  2. Tipo de critério: produção, confrontação ou movimentação.
  3. Instalação reconhecida pela ANP: classificação regulatória.
  4. Operação efetiva: escoamento e função técnica comprovados.
  5. Influência territorial: impacto real no município.

Por que importa

A decisão evita pagamentos por mera projeção geográfica. Desse modo, alinha a compensação à realidade técnica do setor. Além disso, confere segurança jurídica e previsibilidade para municípios, ANP e operadores.

Passo a passo para municípios

  • Mapeie as estruturas: monoboias, quadros de boias, píeres, cais e estações coletoras.
  • Obtenha laudos técnicos e dados de operação.
  • Comprove a classificação regulatória perante a ANP.
  • Vincule a movimentação à origem marítima, quando for o caso.
  • Organize cadeia de custódia documental e evidências periciais.

Checklist de prova

  • Planta e localização das instalações.
  • Registros de operação e escoamento.
  • Atos formais de reconhecimento pela ANP.
  • Vínculo com campos marítimos em produção.
  • Relatórios técnicos independentes.

Riscos comuns

  • Confundir confrontação com movimentação.
  • Usar presunções em vez de laudos.
  • Ignorar a origem do hidrocarboneto.
  • Desconsiderar atos regulatórios da ANP.
  • Aplicar causa madura sem prova.

Jurisprudência relacionada

  • Distribuição por movimentação depende da origem do hidrocarboneto. Assim, instalações que movem produto terrestre não geram royalties marítimos.
  • Não cabe cumulatividade entre royalties de origem marítima e terrestre quando o município não explora diretamente hidrocarbonetos do mar.

Guia rápido de enquadramento

CritérioBaseProva-chaveRisco
ProduçãoExtração diretaDados de produçãoConflito de origem
ConfrontaçãoProjeção territorialCartografia e geodesiaPresunções indevidas
MovimentaçãoInstalações ANPLaudos e atos regulatóriosAusência de classificação

Conclusão

O STJ vinculou a distribuição de royalties à prova técnica e à origem do produto. Desse modo, reforçou a necessidade de instrução robusta e de aderência regulatória. Por fim, o tema exige estratégia probatória desde o início.


Paulo Vitor Faria da Encarnação OAB/ES 33.819 Mestre em Direito Processual pela UFES Santos Faria Sociedade de Advogados Vila Velha ES [email protected]

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