STJ e o preço vil na falência: o que muda na terceira chamada do leilão

Linha do tempo explicando as etapas do leilão falimentar com destaque para a terceira chamada e o requisito de oferta firme

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STJ e preço vil na falência: o que muda na terceira chamada

O tema preço vil voltou ao centro do debate. Assim, com base em recente decisão da Terceira Turma do STJ, explico, de forma prática, como a LREF trata a venda em terceira chamada e como a oferta firme condiciona a impugnação. Logo no início, você já entende o essencial para agir com segurança.

Resumo rápido sobre preço vil

  • Em terceira chamada, a LREF permite alienação por qualquer preço, desde que observadas as formalidades.
  • Alegação genérica de preço irrisório não anula o leilão.
  • Para impugnar o preço, o credor precisa apresentar oferta firme superior com depósito de 10 por cento.
  • A celeridade e a realocação eficiente do ativo guiam a interpretação.

Linha do tempo do leilão falimentar

  1. Primeira chamada: valor de avaliação.
  2. Segunda chamada: pelo menos cinquenta por cento da avaliação.
  3. Terceira chamada: qualquer preço, conforme edital e prazos.

Preço vil e oferta firme: como impugnar corretamente

Para questionar o valor, o interessado deve agir de forma concreta. Portanto, precisa apresentar oferta firme superior, com depósito inicial, e indicar falha que tenha afetado a competição. Desse modo, o debate deixa de ser abstrato e passa a ser efetivo, o que aumenta a segurança e evita atrasos.

Como evitar nulidades e fortalecer o resultado do leilão

  • Defina regras claras no edital e respeite os prazos entre chamadas.
  • Garanta ampla divulgação em canais de maior alcance.
  • Documente lances, acessos e ocorrências na plataforma.
  • Registre comunicações com administrador e MP.
  • Mantenha relatório de conformidade após o leilão.

Assim, você reduz riscos e preserva a eficiência do processo. Além disso, essas medidas facilitam a defesa em eventual impugnação.

Impactos práticos para credores e massa

Com a terceira chamada por qualquer preço, o processo tende a ser mais rápido. Entretanto, credores devem monitorar oportunidades e se organizar para ofertar lances ou apresentar oferta firme, quando cabível. Além disso, administradores precisam priorizar competitividade e transparência para que o resultado se sustente.

Checklist de preço vil para sua próxima hasta

  • Edite o edital com as três chamadas e requisitos objetivos.
  • Agende prazos e publique com antecedência planejada.
  • Mapeie canais de divulgação e registre evidências.
  • Prepare Q&A para compradores e responda com rastreabilidade.
  • Revise logs da plataforma e salve prints essenciais.
  • Após o leilão, elabore relatório sintético com anexos.

Perguntas frequentes sobre preço vil

A decisão elimina totalmente discussões de preço

Não. Contudo, a LREF exige oferta firme para que a impugnação por preço prossiga. Portanto, sem proposta concreta e superior, a discussão não avança.

É possível falar em preço vilíssimo

O debate existe. Porém, a análise deve considerar formalidades, competitividade e eventual irregularidade que afetou o lance. Desse modo, o foco permanece no procedimento e na efetividade da venda.

Como preparar uma oferta firme

Estruture o valor, providencie o depósito inicial de 10 por cento e descreva a falha que inviabilizou seu lance. Além disso, atenda ao edital e aos prazos.

Recursos práticos para aplicar hoje

Agir agora faz diferença

Se você é credor, organize dados, avalie timing e defina estratégia para ofertar. Se você é administrador, fortaleça edital, divulgação e registro. Portanto, use a terceira chamada de forma técnica e colha resultados melhores.

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Paulo Vitor Faria da Encarnação. OAB/ES 33.819. Mestre em Direito Processual pela UFES. Sócio do Santos Faria Sociedade de Advogados. Vila Velha ES. E-mail: [email protected].

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