ADPF 635 RJ e redução da letalidade policial: o que muda na prática

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ADPF 635 RJ: guia prático para reduzir a letalidade policial e fortalecer o controle

A ADPF 635 RJ entrou na pauta pública e, portanto, empresas, gestores e cidadãos precisam entender o que muda. Assim, apresento um passo a passo objetivo, com visual law, para aplicar boas práticas de segurança pública, transparência e controle externo.

ADPF 635 RJ em 5 pontos

  1. Há reconhecimento de omissão estrutural e, assim, exigem-se medidas concretas para reduzir mortes em ações policiais.
  2. O uso da força deve seguir proporcionalidade e, portanto, requer planejamento e prestação de contas posterior.
  3. O Ministério Público exerce controle externo e, desse modo, recebe dados e microdados de operações, perícias e registros.
  4. Câmeras em viaturas e uniformes avançam como política pública e, por isso, ampliam transparência e prova.
  5. Planos de reocupação territorial e atendimento psicossocial completam a estratégia e, além disso, pedem cooperação federativa.

Checklist de conformidade para órgãos e gestores

  • Planejar cada operação com objetivos, riscos e fluxos de comunicação; depois, registrar resultados.
  • Garantir dispositivos de gravação e armazenamento digital; em seguida, definir acesso responsável aos arquivos.
  • Compartilhar dados com o Ministério Público em canal indicado; ademais, manter indicadores atualizados.
  • Respeitar perímetros de escolas e unidades de saúde com justificativas e horários adequados; ainda, documentar decisões.
  • Prever ambulância em operações planejadas com risco de confronto; logo, integrar protocolos de APH tático.
  • Preservar vestígios e fotografar local de crime e necropsias; depois, anexar registros e backups.
  • Oferecer atendimento psicossocial a policiais após incidentes críticos; por fim, avaliar necessidade de afastamento temporário.

Fluxo de prestação de contas

  1. Antes: definir objetivos, critérios de uso da força, recursos e cronograma.
  2. Durante: acionar câmeras, registrar ocorrências e acautelar evidências.
  3. Depois: elaborar relatório detalhado, enviar ao Ministério Público e publicar dados não sigilosos.

Indicadores para monitorar a redução da letalidade

  • Mortes por intervenção de agente do Estado por mês e por unidade.
  • Vitimização policial em serviço e fora de serviço.
  • Operações com planejamento prévio formalizado.
  • Execução de perícias com documentação fotográfica e laudos no prazo.
  • Percentual de operações com ambulância disponível e equipe de APH.
  • Implantação de câmeras por batalhão e por delegacia.

Guia rápido para cidadania ativa

  • Peça dados desagregados sobre operações, mortes e vitimizações; além disso, verifique prazos e formatos.
  • Solicite relatórios de operações e justificativas; em seguida, acompanhe o envio ao Ministério Público.
  • Monitore protocolos sobre escolas e saúde; portanto, registre horários e impactos.
  • Use canais oficiais para denúncias; assim, anexe fotos, vídeos e números de ocorrência.

ADPF 635 RJ e governança de dados

Órgãos devem padronizar bases, garantir georreferenciamento e, além disso, publicar painéis com indicadores. Desse modo, o controle externo avança e a sociedade acompanha resultados.

Modelo de relatório pós-operação

  • Contexto e objetivo
  • Planejamento e recursos
  • Uso da força e justificativas
  • Atendimento médico e APH
  • Resultado, prisões e apreensões
  • Vítimas civis e policiais
  • Preservação de vestígios e perícias
  • Arquivos de áudio e vídeo vinculados
  • Encaminhamento ao Ministério Público

Como a ADPF 635 RJ impacta políticas internas

As secretarias precisam revisar normas, alinhar treinamento e, portanto, vincular incentivos a metas de redução de letalidade. Além disso, convém integrar controle de armas e munições com rastreabilidade e auditorias periódicas.

Visual law para implementação imediata

  • Card 1 planejamento mínimo: objetivo, risco, perímetro, horário, equipe, ambulância
  • Card 2 registro obrigatório: câmera em operação, GPS ativo, checklist de evidências
  • Card 3 relatório padrão: prazos, anexos, envio ao Ministério Público, publicação
  • Card 4 saúde do policial: triagem, atendimento, reavaliação, retorno autorizado

Links úteis sobre ADPF 635 RJ

Conteúdos do nosso escritório

Conclusão

A ADPF 635 RJ consolida uma agenda de segurança baseada em dados, transparência e responsabilidade. Portanto, quem atua na gestão pública e quem vive nas comunidades ganha com fluxos claros, indicadores auditáveis e controle externo efetivo. Assim, a redução da letalidade deixa de ser promessa e se torna compromisso verificável.


Assinado por: Paulo Vitor Faria da Encarnação – OAB/ES 33.819 – Mestre em Direito Processual pela UFES – Sócio do escritório Santos Faria Sociedade de Advogados – Vila Velha/ES – E-mail: [email protected]

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