Despejo e Recuperação Judicial: Veja Quando a Suspensão Não Vale

Despejo durante recuperação judicial do inquilino

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Paulo Vitor Faria da Encarnação

O tema da ação de despejo durante a recuperação judicial ainda gera muitas dúvidas. Por isso, é importante entender quando a empresa em crise pode perder o imóvel mesmo com o processo de reestruturação em andamento.


Recuperação Judicial Não Suspende o Despejo

Muitas pessoas acreditam que a recuperação judicial suspende todas as ações. Na prática, isso não acontece com o despejo por falta de pagamento. A legislação brasileira é clara nesse ponto.

O artigo 49, §3º, da Lei nº 11.101/2005 afirma que o proprietário do imóvel tem o direito de retomar a posse. Mesmo que a empresa locatária esteja em recuperação, o locador pode seguir com o processo de despejo. Dessa forma, o imóvel alugado não se torna essencial à atividade empresarial, salvo se houver prova em contrário.


Prazo de Suspensão das Ações

Outro ponto importante é o prazo de suspensão das ações contra a empresa devedora. Segundo o artigo 6º, §4º, esse período dura no máximo 180 dias. Após esse prazo, o locador pode continuar o processo de despejo, mesmo que a recuperação judicial ainda não tenha terminado.

Por isso, é fundamental que o locatário regularize os pagamentos durante esse período. Caso contrário, o proprietário recupera o imóvel sem precisar de nova autorização judicial.


Direito do Locador e Dever do Locatário

O dono do imóvel tem garantido o direito de receber o aluguel. Da mesma forma, a empresa que ocupa o espaço deve manter os pagamentos em dia. Assim, a recuperação judicial não pode ser usada como desculpa para deixar de cumprir o contrato de locação.

Se o locatário não pagar, o risco de perder o imóvel cresce. O Judiciário tem entendido que a suspensão das ações não alcança dívidas de aluguéis vencidos.


Conclusão: Fique Atento aos Seus Direitos

Você é locador ou locatário e enfrenta uma situação de recuperação judicial? Então, é essencial conhecer seus direitos e deveres. O despejo pode ocorrer mesmo durante o processo de reestruturação, principalmente se os pagamentos não forem quitados.

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